Em quarentena, isolamento social, home office ou em trabalho “regular”, esta pode ser uma fase importante para repensar o conceito de alimentação saudável, em família.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) designa de alimentação saudável aquela que protege contra todas as formas de malnutrição (subnutrição ou subrenutrição), assim como doenças não transmissíveis como a diabetes, doença cardiovascular, AVC e cancro.
As orientações da Nova Roda dos Alimentos dizem-nos que a alimentação deve ser completa, sendo que devemos consumir alimentos de todos os grupos alimentares, e ingerir diariamente água. Também nos diz que esta deve ser equilibrada, sendo que existem grupos de alimentos que devemos ingerir em maior quantidade (como os hortifrutícolas), mas também aqueles que devemos ingerir em menor quantidade, sendo que para cada indivíduo, o número de porções será diferente e ajustado. Por último, a alimentação deve ser variada, devendo cada um de nós consumir diferentes alimentos dentro de cada grupo alimentar.
A alimentação saudável é feita a partir de um balanço de quantidade e qualidade nutricional. Existem várias formas de fazer um consumo alimentar desadequado: consumindo uma quantidade desajustada de alimentos saudáveis ou consumindo unicamente alimentos mais nutricionalmente pobres, ou ainda fazer uma mistura entre qualidade e quantidade adequadas e desadequadas.
Uma das questões que gosto de reforçar em consulta é que não tem de comprar necessariamente superalimentos e gastar muito dinheiro em lojas especializadas, para que ela seja saudável, embora possa fazê-lo dessa forma. Se é uma pessoa que consome cinco cafés por dia e em cada um coloca um pacote de açúcar, a redução para metade já é tornar a sua alimentação mais saudável, embora existam muitas outras opções diárias que vai necessitar de fazer para ter uma alimentação 100% saudável.
Comece por mudanças pequenas ou comece um processo de reeducação alimentar com a sua nutricionista, definindo objetivos e aprendendo truques que o vão ajudar hoje e no resto da sua vida.
Outra questão que surge regularmente é que a alimentação saudável tem de ser cara. Isto não tem de ser verdade, se, por exemplo, usa curgete para substituir a batata na sua sopa, mas a curgete está fora de época e custa 3€/kg, deve questionar a sua nutricionista sobre opções desta época, que serão mais baratas e mais ricas nutricionalmente, para utilizar. Deve comprar alimentos locais, sazonais e se possível biológicos (ao seu vizinho, num mercado local, ou à sua família). Pode plantar alguns alimentos em casa, inclusive num peitoral de janela. Não faltam opções para ser mais saudável.
Algumas dicas chave que lhe posso dar passam por: ler sempre o rótulo dos alimentos, planear a sua alimentação e as suas compras, ingerir diariamente a quantidade recomendada de água, consumir hortofrutícolas e sopa em quantidade adequada, utilizar métodos culinários saudáveis.
Boas mudanças, em família!
Autor: Nutricionista Ana Magalhães Pereira
Licenciada em Ciências da Nutrição, em 2014, e Mestre em Nutrição Clínica, em 2016, pela FCNAUP, possui também o curso em Nutrição Avançada em Desporto pela Bwizer, estando no momento a concluir a Certificação em Nutrição Desportiva Avançada pelo Barça Universitas. É focada nas áreas de nutrição desportiva, emagrecimento e nutrição infanto-juvenil. Conheça melhor o trabalho da Ana Magalhães Pereira aqui ou no seu perfil na Nutrium.